Depois de MUITA espera finalmente tive a oportunidade de assistir o primeiro episódio da nova temporada de Game Of Thrones e, apesar de ficar bem satisfeito com o que vi, não posso negar que também me enchi de preocupações.
A parte que agradou foi a mesma de sempre, diálogos excelentes e ótimas atuações. Nisso, a série jamais decepcionou e muito disso se deve à capacidade de George R. R. Martin de criar ótimos cenários em seus livros. Um exemplo são as cenas de Tyrion, pois toda vez que ele aparece na série, podemos ter a certeza que vamos presenciar um diálogo bem feito, recheado de ironias e de humor ácido. E o ocorrido entre ele e Tywin neste episódio foi fantástico, com uma frieza absurda demonstrada pelo pai, com frases do tipo: "Você acha que eu pedi condecorações a cada vez que me feri em batalha?" ou "Você é uma pequena criatura grotesca e má" e até mesmo "Você matou sua mãe quando veio ao mundo".
Nas outras cenas, quase tudo se desenvolveu bem, e a apresentação dos cavaleiros Imaculados foi bem interessante, bem como a ótima apresentação de Jon Snow à Mance Rayder, o chamado Rei Para Lá da Muralha. Aliás, não dá nem pra acreditar que o Jon Snow da série é o mesmo ator que esteve em Silent Hill: Revelação (Silent Hill: Revelation, 2012), pois se eu tivesse que analisá-lo por aquele filme, eu não teria dado tanto crédito ao ator.
Falando do que me causa preocupações em relação à série, cito primeiro o fato de termos nada menos do que 11 ramificações da história acontecendo ao mesmo tempo (isso das que consegui lembrar), entre elas a de Rob, Bran, Arya, Jon, Theon, Sansa, Stannis, Tyrion + Lannisters (que se desenvolvem praticamente juntos), Brionne + Jaime, Daenerys, Samwise + Patrulha da Noite. Assim, os criadores da série, D. B. Weiss e David Benioff têm um pequeno problema em suas mãos, pois com essa grande quantidade de histórias ocorrendo juntas, eles correm o risco de querer dar tanta muita atenção a todas e chegar ao ponto de não desenvolver nenhuma.
E isso pôde ser visto claramente nesse episódio, pois, tirando os arcos de Arya, Bran e Brionne, todos os outros foram mostrados, mas tirando o de Daenerys e Tyrion, a impressão que tive é que nenhum deles andou muito. Assim, Game Of Thrones acaba sofrendo de um mal que faria eu elogiar qualquer outra série: o número reduzido de episódios. Enquanto algumas séries chegam a ter mais de 20 por temporada - número que eu acho absurdo, pois é extremamente difícil manter a qualidade alta com esse número de episódios -, aqui temos apenas 10. Como há uma vasto leque de personagens para desenvolver, isso pode acabar sendo um tiro na culatra, a não ser que se confirmem os rumores que ouvi, de que cada temporada começará a cubrir metade dos livros.
De todo modo, a série mostrou mais uma vez nesse primeiro episódio que funciona tanto para quem é fã do livro como para quem nunca o leu, trazendo uma das produções atuais de maior qualidade na televisão.
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