quinta-feira, 11 de abril de 2013

Análise: Sweet Sixteen (2002)


Direção: Ken Loach
Roteiro: Paul Laverty
Elenco: Martin Compston, William Ruane, Annmarie Fulton, Michelle Abercromby, Michelle Coulter
Duração: 106 minutos 
Gênero: Drama
País: Reino Unido / Alemanha / Espanha
Idioma: Inglês 
Resumo: Determinado a ter uma vida tranquila após sua mãe sair da prisão, um jovem luta para conseguir dinheiro e comprar um trailer

Ken Loach, junto com Woody Allen, é um dos poucos diretores ainda vivos que consegue fazer uma quantidade enorme de filmes e ainda mantém a qualidade em todos eles. Para se ter uma ideia, desde 2000, Loach dirigiu doze filmes e pelo menos oito mostram que o diretor está em boa forma, conseguindo conduzir uma história de maneira interessante como poucos. Seus personagens, na maioria das vezes, são pessoas que levam vidas normais -, passando por problemas que o mundo real impõe, como a professora de Ae Fond Kiss... (2004) e a mulher desempregada de It’s A Free World... (2007).

A partir do momento em que essas pessoas entram em cena, não é para tentar fazer atos heroicos, mas sim para fazer o necessário para que sobrevivam. Em Sweet Sixteen, também acontece algo nessa linha, pois Liam (Martin Compston) é um jovem de 15 anos que faz de tudo para comprar um trailer para morar com sua mãe (Michelle Coulter), que sairá na cadeia no dia em que o filho completará 16 anos.

Para conseguir prosseguir com seu plano, Liam segue por caminhos errados, se envolvendo com tráfico de drogas e outras atividades ilegais. Além da mãe, ele espera levar para o trailer também a irmã Chantelle (Annmarie Fulton) – que cuida do irmão sempre que ele se envolve em alguma confusão - e o sobrinho Calum (Calum McAless). Liam ainda tem a ajuda do amigo Pinball (William Ruane) que, além de roubar carros para passear por pura diversão, dá suporte a Liam nas atividades ilegais.

Nesse cenário, Loach consegue construir bons momentos de tensão ao mesmo tempo que constrói situações bem humoradas. Um exemplo é a cena em que Liam vai até uma casa para roubar um carregamento de drogas e aproveita e também rouba uma dentadura. Os diálogos também são bem construídos e soam muito reais, sendo que essa característica se deve muito à qualidade do texto de Paul Laverty, colaborador constante de Loach, tendo sido responsável pelo roteiro de quase todos os filmes do diretor desde o meio da década de 90. 

Sweet Sixteen não é revolucionário em nenhum departamento. Em seus momentos iniciais, ele até parece um pouco sem propósito, mas a medida que vamos avançando, começamos a entender as motivações de seus personagens, com tudo ficando ainda mais interessante a partir do momento que a mãe de Liam deixa a prisão. Assim, quem busca uma história crua e real, misturada a boas atuações, com certeza se sentirá satisfeito com a obra.

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